Pontapé Canhão Nº2 - Isaías

ISAÍAS

Alcunha: O Profeta



Falar de Isaías sem falar daquela dança inolvidável em Alvalade é como ir a Roma e não ver o Papa. Agora que as hostilidades estão abertas passemos a falar um pouco mais deste senhor, que tinha uma buja de se lhe tirar o chapéu.

Nenhum especialista em futebol no Mundo nos saberá dizer com rigor a posição do Isaías (a resposta “certa” será: “do meio-campo para a frente joga em qualquer lado”).

A carreira deste “todo-o-terreno” brasileiro, nascido em Vitória do Espírito Santo, começou no Cabofriense onde apenas passou uma temporada, tendo sido contratado pelo Rio Ave, não pelo Jorge Mendes mas pela mão do treinador brasileiro Mário Juliatto. Não foi fácil brilhar numa verdadeira equipa de cepos como Moke, Dema, Maravalhas, Lourival ou Antero, mas Isaías destacou-se e, apesar da época ter acabado com a descida dos vilacondenses, Isaías deu o salto para o Boavista.

No Bessa a música era outra, não era assim tão fácil pontificar num plantel recheado de estrelas: Hubart, Alfredo, Frederico, Agatão, Phil Walker, Casaca, Jorge Andrade, Juary, Chiquinho Carioca, João Vieira Pinto… Ainda assim, o “Profeta” ajudou a equipa axadrezada de Raúl Águas a chegar ao 3º lugar do campeonato de 88/89 e a um menos brilhante 8º lugar em 89/90. Quem estava atento era Sven-Goran Eriksson que foi pescá-lo ao Bessa.

A primeira época na Luz, apesar de acabar com um título de campeão no bolso, é discreta para Isaías. Marca apenas 6 golos, o que leva o exigente 3º anel a olhá-lo com desconfiança, tamanhas eram as bolas rematadas pelo brasileiro para aquelas bandas. O momento de viragem dá-se em Highbury Park, na 2ª mão do “playoff” da edição experimental da nova Taça dos Campeões (agora Liga dos Campeões): depois do golo na 1ª mão (1-1) o brasileiro arrancou para um jogo soberbo em Londres, onde fez dois golos e permitiu ao Benfica entrar na fase de grupos da Liga dos Campeões. A partir daí as dúvidas acabaram-se e o Profeta conquistou os benfiquistas época após época, mesmo que “precisasse de rematar 10 vezes para marcar um golo”.

Possuidor de uma buja invejável, quer de pé direito quer de pé esquerdo, ficam para a história jogos e golos marcantes como “aquele” golo no Bessa, o bis no 3-6 em Alvalade, as duas bujas nas Antas e por aí fora. Foi peça fundamental na conquista de dois campeonatos e uma Taça de Portugal nesse início dos anos 90 no clube da Luz.

Ainda assim a sua 5ª e última época no Benfica não foi fácil e nem os 15 golos marcados na época 94/95 mudaram a decisão do seu treinador Artur Jorge, mononeurónio, que fez questão de o despachar sem honra nem glória do clube. Voou para Inglaterra, onde fez duas épocas discretas no Coventry, antes de regressar ao campeonato português, ingressando no Campomaiorense, onde consegue ser o 3º melhor marcador do campeonato aos 34 anos, com 14 golos.

Em 99 volta para o “seu” Cabofriense, jogando duas épocas e passando ainda outras duas pelo Friburguense, retirando-se em 2003. Ainda hoje é um dos jogadores mais adorados por uma geração de benfiquistas, graças à sua raça dentro de campo mas, principalmente, graças às suas bujas mortíferas e certeiras.

Mito urbano: o Fernando Couto (sim, o central cabeludo) não gosta de sopa. Reza a lenda que, sempre que vai a casa da sogra, esta para o “agradar” faz sempre uma sopinha de caldo verde bem apetitosa, com rodelas de chouriço e tudo! Consta-se que a sogra, mal ouve as primeiras resmunguices do menino Fernando em relação a tal prato, lhe diz sempre: “Come a sopa senão chamo o Isaías.” E o Fernando come.

“Ah e tal isso são balelas”. Ai é? O AiValeBujas? mostra-vos os melhores momentos:


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About Ai Vale Bujas

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2 comentários:

  1. Este gajo é uma lenda. Todos os henfiquistas que acompanharam os anos 90 têm este gajo na memória. Grande vídeo.

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  2. E grande blog. Tropecei nisto hoje e fiquei fã.

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